Não há dúvidas de que a Ilha do Retiro estará completamente tomada para a decisão do Campeonato Pernambucano, domingo, entre Sport e Santa Cruz. A bola só começa a rolar às 16h, deste domingo, mas outra certeza é que a festa irá começar horas antes. Principalmente para a torcida rubro-negra, pois a data marca os 107 anos de fundação do clube. Além disso, os leoninos ainda contam a vantagem do empate para conquistar o 40º título estadual. A vantagem foi conquistada pela melhor campanha na primeira fase e pelo 0 a 0 no jogo de ida, no Arruda. Mas do lado tricolor também não falta otimismo, pois a equipe coral precisa apenas de uma vitória simples para ficar com o título de bicampeão. Apesar da vantagem do empate, o técnico Mazola Júnior garantiu que vai entrar em campo procurando a vitória. Além disso, outro fator que motiva o Leão na busca por gols é o desejo de Marcelinho Paraíba conquistar, pela primeira vez, o título de artilheiro. Com 14 gols, ele divide a artilharia do Estadual com Dênis Marques, principal esperança do ataque tricolor. O duelo particular entre os dois será outro aperitivo para a decisão.
Sport: O técnico Mazola Júnior até tentou esconder a escalação para a partida realizando um treino secreto, mas os prédios que cercam a Ilha do Retiro acabaram denunciando a estratégia do treinador. Como revelou ao longo da semana, o técnico reconhece que a vantagem do regulamento não é tão larga como foi na semifinal. Isto porque, o Leão venceu o primeiro jogo contra o Náutico por 2 a 0 e foi para a decisão podendo perder por até um gol de diferença.
Agora, diante do Santa Cruz, a vantagem se resume ao empate. Mazola e os jogadores fizeram questão de destacar que a vantagem é muito pequena e não vão abrir mão de entrar em campo procurando uma vitória. Desta forma, o técnico deve manter o esquema com trêz zagueiros, além de Rivaldo improvisado na lateral esquerda e com dois atacantes. Magrão; Edcarlos, Bruno Aguiar e Ailson; Moacir, Hamilton, Diogo Oliveira, Marcelinho Paraíba e Rivaldo; Jael e Jheimy.
Santa Cruz: O técnico Zé Teodoro foi bem mais extremista que o rival Mazola Júnior e fechou praticamente todos os treinos da equipe – até mesmo o recreativo do sábado. O único trabalho aberto foi na terça-feira, quando os atletas se reapresentaram no Arruda. Porém, apenas de todo o mistério, não será difícil imaginar que o time não deve ter mudanças em relação ao da primeira decisão.
Como precisa vencer, Zé Teodoro deve manter a equipe com dois meias ofensivos, com Natan atuando ao lado de Luciano Henrique. A única dúvida é sobre o companheiro de Dênis Marques no ataque. Mesmo com o retorno de Geílson, o treinador coral iniciou o jogo do último domingo com Flávio Caça-Rato. Tiago Cardoso, Diogo, William Alves, Vágner e Renatinho; Memo, Anderson Pedra, Luciano Henrique e Natan; Dênis Marques e Flávio Caça-Rato (Geílson).
Sport: A equipe rubro-negra terá duas baixas para a decisão deste domingo. Uma por ordem médica, pois dificilmente o volante Marquinhos Paraná estará recuperado de um problema muscular que o tirou do primeiro confronto. O outro por conta de suspensão, já que Tobi foi expulso na partida do Arruda.
Santa Cruz: O técnico Zé Teodoro não terá problemas com suspensões. Ele tem praticamente todo o elenco à disposição. A única ausência deve mesmo ser o zagueiro Everton Sena, que realizou uma artroscopia no joelho. Apesar da liberação do departamento médico, o atleta precisa ainda se recondicionar fisicamente por conta do tempo em que ficou parado.
O árbitro para a final será Sandro Meira Ricci, que passou a integrar a Federação Pernambucana de Futebol após uma sucessão de erros na primeira fase da competição. Do quadro da Fifa, Meira Ricci é quase uma unanimidade. A exceção ficou por conta do técnico coral, Zé Teodoro, que queria um árbitro do quadro local e considera Ricci um “importando”.
Porém
, a polêmica em cima da arbitragem ficou por conta da escolha antecipada, pois ele foi escolhido no mesmo sorteio que definiu quem apitaria a primeira decisão, no Arruda.
Sport: Marcelinho Paraíba, artilheiro da competição com 14 gols, é inquestionavelmente o principal jogador do Leão. Porém, na partida deste domingo, o atacante Jheimy pode ser o elemento surpresa. Contratado após a boa campanha pelo Boa Esporte, na Série B, o atleta ainda não conseguiu despontar com a camisa rubro-negra, mas ao longo da semana deixou claro que a decisão seria o momento ideal para se redimir.
- É um jogo para marcar gol. Lógico que o mais importante é ser campeão, mas espero marcar o meu. Porém essas coisas saem naturalmente.
Santa Cruz: Assim como no rival, a equipe tricolor também tem no artilheiro Dênis Marques o jogador unanimidade. Porém, o atacante ainda não conseguiu deixar sua marca em clássicos. Quem sabe bem o que é marcar contra o Sport é Flávio Caça-Rato, autor do gol coral na derrota tricolor diante do Leão no jogo que fechou a primeira fase. Por conta da velocidade, ele acabou ganhando a preferência do técnico Zé Teodoro na última partida e, ao que tudo indica, deve ser mantido para a decisão de domingo. Porém, se marcar contra o Sport não é novidade para o atleta, um gol numa final faria toda a diferença.
- Acho que fazer o gol é muito importante para se consagrar. Fico até imaginando, pois seria algo muito importante. Estou um pouco ansioso e nem saberei o que fazer se marcar o gol.
Mazola Júnior, técnico do Sport: - Não pensamos em decepção. Não podemos dar isso para o torcedor. São muito importantes para o clube, não podemos dar esse desprazer. Não passa qualquer outro tipo de situação do que o título. Respeitamos demais o Santa Cruz, que nesses momentos se supera, a exemplo do ano passado. Mas vamos para ser campeões.
Zé Teodoro, técnico do Santa Cruz: - Não será um jogo técnico e sim de superação. Nós teremos 90 minutos para decidir uma bola, que poderá nos dar o título. Mas temos que ter cuidado e não podemos nos desesperar. Vamos trabalhar bem a bola e esperar as oportunidades.
O Sport ainda não perdeu para o Santa Cruz nesta temporada. Nos dois jogos válidos pela primeira fase, o Leão bate a equipe coral por 3 a 1, no Arruda, pela 10ª rodada. No jogo da volta, na Ilha do Retiro, pela 22ª rodada, nova vitória leonina, desta vez pelo placar de 2 a 1. Na primeira decisão, a equipe rubro-negra conseguiu manter a invencibilidade com o empate por 0 a 0, no Arruda.
Caso o Sport fique com a taça, este será o 40º título pernambucano do clube. O primeiro deles foi em 1916 e o último em 2010. Com 25 títulos conquistados até então, o Santa Cruz busca o quarto bicampeonato da sua história. Os outros três vieram nos anos de 1946-47, 1978-79 e 1986-87.
Diante de um Arruda cheio, com 44.082 torcedores, Santa Cruz e Sport fizeram um jogo bastante truncado, o que refletiu no 0 a 0 do placar da primeira partida da decisão do Pernambucano. Apesar da chuva que caiu no Recife no início da tarde, o jogo começou com o céu limpo.
O Tricolor aproveitou o gramado molhado para arriscar alguns chutes de longe. Por sua vez, o Sport investiu nas bolas paradas. O que faltou de técnica e criatividade por parte das equipes sobrou em vontade, fazendo com que a partida ficasse bastante pegada e repleta de faltas.
Fora de campo, a tranquilidade deu o tom. Com as torcidas organizadas do Santa Cruz e Sport proibidas de comparecer ao estádio pelo Ministério Público de Pernambuco e presença de 1.300 homens da Polícia Militar, nenhum incidente grave foi registrado.
FONTE: GLOBOESPORTE/PE
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