E a devastação aconteceu em 35 minutos. Esse foi tempo que o Santa Cruz precisou para matar o jogo no segundo tempo da partida. A festa coral não foi de gala porque não se viu um futebol de encher os olhos do torcedor. Mas foi uma festa de arromba com direito, inclusive, a bolo de aniversário ao final do jogo, que marcou a retomada da liderança do PE2011 - depois de duas rodadas -, consolidou a artilharia isolado do atacante Thiago Cunha, autor do primeiro gol da vitória e jogou por terra um tabu que já durava quatro anos.O Santa não vencia o Sport, no Arruda, desde de 2007.
O triunfo coral foi incontestável. E nasceu em um segundo tempo de aplicação tática elevada. Em um clássico onde a lentidão, a apatia, os erros de passes foram a tônica nos dois lados na primeira etapa, o Santa Cruz voltou bem mais decisivo e eficiente depois do intervalo da partida. A mão do técnico Zé Teodoro foi visível na mudança de atitude do time. O Tricolor acertou primeiro a marcação no meio-campo e, com isso, diminuiu os espaços para o adversário e matou a partida em lances capitais de vacilos rubro-negros.
E clássico é decidido assim. A aplicação e a vontade dentro de campo podem fazer a diferença. Contra a falta de interesse e disposição em campo dos rubro-negros, o Santa Cruz acabou sobrando na segunda etapa. O time coral funcionou em todos os setores. A entrada de Renatinho no intervalo mudou a característica de jogo da equipe. O volante Jeovânio passou a jogar como um falso zagueiro e se achou em campo. O meia Wesley teve mais liberdade de atuar e Thiago Cunha e Renatinho foram precisos nas finalizações.
Do outro lado, não se via nenhum esquema tático em campo. O Sport foi um amontoado de jogadores perdidos, individualistas e desesperados como o seu ex-treinador, Geninho, que foi arriscar tudo ao final da partida com Bala, Ciro, Bruno Mineiro e Ruan, ou seja, quatro atacantes que não valeram por um. Simples, modesto e barato, o Santa Cruz vem provando sua eficiência no Campeonato Pernambucano.
Santa Cruz Thiago Cardoso; Jackson, Thiago Matias, Leandro Souza e Alexandre; Jeovânio, Memo, Wesley e Mário Lúcio (Renatinho); Thiago Cunha (Everton Sena) e Laécio (Gilberto). Técnico: Zé Teodoro.
Sport Gustavo; Thiaguinho, Igor, Astorga e Saci (Ruan); Hamilton, Tobi, Renato Ribeiro (Fabrício) e Bala; Alessandro (Bruno Mineiro) e Ciro.
Técnico: Geninho.
Local: Estádio do Arruda.
Árbitro: Emerson Sobral. Assistentes: Erich Bandeira e Ubirajara Ferraz.
Gols: Thiago Cunha e Renatinho (SC).
Cartões amarelos: Jackson, Thiago Matias, Jeovânio e Leandro Souza (SC); Renato Ribeiro, Hamilton (SPO).
Renda: 544.290.
Público: 45.621 torcedores.